Agreste Tex começa com expectativa de geração de R$ 300 milhões em negócios
A 5ª edição da AGRESTE TEX 2022 começou nesta terça (29) com expectativa de geração de mais de R$ 300 milhões em negócios e uma certeza: o contato direto entre indústria e clientes é essencial para o fechamento de grandes negócios no setor têxtil. Além de apresentar as novidades em equipamentos, tecnologias e debates no setor, a feira é um importante ponto de encontro e troca de experiências para o segmento. Dessa troca surgem novas ideias, novos produtos e um volume grande de vendas qualificadas.
“A Região Nordeste tem um polo têxtil muito importante. E quando falo polo Agreste é o Agreste de Pernambuco e também o Rio Grande do Norte, Alagoas e a Paraíba. Os expositores e os clientes sentem a diferença do contato direto, de poder ver os equipamentos e ter contato com quem opera as máquinas. O que vendemos é diferente”, explica Hélvio Pompeo Madeira, diretor-presidente do Febratex Group – organizador da Agreste Tex.
Pompeo analisa que o e-commerce ganhou relevância para as vendas de produtos prontos. Entretanto, quando se trata de máquinas industriais, é importante ver o equipamento funcionando, a possibilidade de tirar dúvidas e observar questões como precisão e impressão de cores.
“A feira é um ponto de encontro durante quatro dias. São debates, são trocas de conhecimentos e visitas técnicas. O horário da feira também é pensado para que isso aconteça, pois os representantes vão de manhã às fábricas entender as necessidades dos clientes e assim poderem orientar melhor a compra. Assim, também recebem retorno sobre a qualidade das máquinas. É um encontro entre fabricantes e distribuidores de várias regiões do Brasil”, complementa Pompeo.
A Agreste Tex teve sua última edição em 2019 – antes da pandemia da Covid-19. Na edição de 2022, são 80 expositores de diversos segmentos, num mercado especializado. “Na feira, os fornecedores têm a oportunidade de saber qual é a exata necessidade dos clientes. A indústria sabe o que está comprando e também como é o sistema de manutenção, reposição de peças; porque a linha industrial não pode parar”, acrescenta Hélvio Pompeo.
A tecnologia da indústria têxtil atualmente vem principalmente dos países asiáticos – China, Coreia do Sul e Japão, dos Estados Unidos e também da Itália, de Portugal e da Espanha. Ao todo, cerca de 25 países produzem os principais maquinários usados no segmento em todo o mundo. No Brasil, o setor emprega 1,2 milhão de pessoas diretamente e 5 milhões, de forma indireta – sendo o segundo setor que mais gera emprego no país, atrás apenas da Construção Civil.
Reinaldo Rozzatti – ex-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Têxtil, Confecção e Moda (Abitt) e atualmente membro do Conselho Consultivo e de Ética da entidade – reforça a importância da região Nordeste no mercado têxtil e de confecções nacional.
“O Nordeste é muito forte. É um grande mercado comprador tanto de empresas formalizadas, quanto de informais também. Porque mesmo as pequenas empresas precisam acompanhar o avanço da tecnologia para poderem fornecer produtos competitivos e de qualidade para o mercado”, explica, acrescentando que no segmento de confecções, o Agreste pernambucano fica atrás apenas de Santa Catarina e São Paulo.
Empresas estão satisfeitas com a retomada das negociações presenciais
Depois de dois anos praticamente em suspenso, a retomada das feiras traz uma expectativa grande também para os expositores, ansiosos pela oportunidade de apresentar novamente seus produtos e a expectativa de fechar negócios.
O diretor comercial da Santana Textiles, Antônio Manzarra, explica que o mercado ainda está tentando se recuperar desse período crítico. “Muitas feiras não foram realizadas e o que a gente nota é que ainda existem muitas repercussões provocadas nesse período. No nosso segmento somos a única tecelagem presente na Agreste Tex porque as demais não conseguiram estar presentes”, conta Manzarra, acrescentando que pouca gente imaginou o que acabou acontecendo nestes dois anos de pandemia.
Mesmo nesse processo de recuperação, Antônio Manzarra disse que a Santana Textile trouxe para a feira um produto exclusivo para Pernambuco: a linha Mandacaru. “O mercado de Pernambuco significa pra gente quase 45% do nosso faturamento. Temos uma fábrica somente produzindo para Pernambuco, que é a nossa fábrica do Rio Grande do Norte. Além dela, a gente complementa com a fábrica matriz, que fica no Ceará. Aqui a gente consegue desenvolver produtos exclusivos e tem um tratamento especial”, complementa Manzarra.
Quem também trouxe produtos inovadores para a Agreste Tex foi a Botõesflex – do Rio Grande do Sul – que produz botões flexíveis, plaquinhas e fivelas para jeans. A empresa concorre no segmento de enfeites e botões de metais – possibilitando maior variedade de formas, apresentação e cores, além de serem também mais resistentes.
A cartela de produtos tem cerca de 1.500 opções diferentes, com diversas possibilidades de aplicação. Por serem mais leves – menos de 50% do peso dos produtos semelhantes feitos em metal – a Botõesflex também aposta em ganhar clientes interessados num menor custo com transporte.
“Temos um produto diferenciado e inovador, ecologicamente correto. O processo de acabamento que a gente usa para fazer os acabamentos brilhantes chama-se metalização a vácuo. É um processo físico e não químico e não gera resíduos. O polo têxtil do Agreste de Pernambuco é o segundo maior polo fabricante de jeans do Brasil e foi um dos primeiros mercados para nós. A primeira viagem foi em abril de 2017 e de lá pra cá a gente só vem crescendo [o número de clientes]”, explica Ari Zotti, diretor da Botõesflex.
Inscrições: agrestetex.com.br