Escola de Costurar: empreendedores faturam R$ 3 milhões com curso online
Em 2008, Diana Demarchi criou um blog para falar sobre maternidade. Com o tempo, passou a incluir tambem dicas de costura, e percebeu que muitas mulheres gostavam do conteúdo. “Comecei a postar peças que eu mesma fazia e vi que a interação e o número de visitantes aumentavam”, afirma.
O passo seguinte foi começar a postar vídeos no YouTube ensinando técnicas de costura. Depois, criou um sistema de assinaturas: as usuárias podiam assistir às aulas gratuitamente, mas tinham que pagar para receber os moldes. Assim surgiu a Escola de Costurar, curso online que hoje conta com 25 mil alunos — as aulas são gravadas e os alunos têm acesso vitalício, para estudar no horário que escolherem. A empresa tem sede em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, e faturou R$ 3 milhões em 2020.
A empreendedora sempre teve vontade de aprender a costurar, mas não tinha dinheiro para comprar uma máquina de costura. No final de 2011, participou de um concurso cultural e ganhou o equipamento. “E comecei a dar meus primeiros passos, costurando o enxoval da minha segunda filha”, afirma.
Quando deu início ao negócio, em 2014, Demarchi estava trabalhando há 11 anos como funcionária pública. Ao descobrir que havia conquistado 500 alunos em apenas nove meses, pediu demissão para se dedicar totalmente à costura. “Além da escola, comecei a crescer como blogueira, fazendo parcerias com outras marcas e lojas de tecido. Isso fortaleceu a marca e o meu nome dentro da costura”, afirma.
Em 2019, o marido de Demarchi, Paulo de Almeida, entrou oficialmente para ajudar na administração. “Começamos a ser mais agressivos nas estratégias de marketing e divulgação, além de aumentarmos a quantidade de alunos e tipos de curso”, afirma Almeida. Foi nessa época que criaram o carro-chefe da empresa — um curso completo de costura que vai do básico ao avançado, e atraiu 5 mil alunos de uma vez, com acesso vitalício às aulas gravadas.
Durante a pandemia, houve um aumento de interesse pela costura, já que muitas pessoas decidiram produzir suas próprias máscaras de proteção — e tiveram que procurar uma forma de aprender. O conceito de moda circular, com os consumidores reaproveitando roupas antigas em vez de comprar novas, também impulsionou a empresa.
Hoje, para Demarchi, o mais importante é perceber o impacto que o negócio provoca nas pessoas. “Recebo muitos relatos de todo o Brasil. Com nossos cursos, nós auxiliamos outras mulheres a empreender, e elas começam a sustentar a própria casa. Mudaram de vida por causa da costura”, afirma.
O próximo plano é contratar mais professores para oferecer conteúdos direcionados ao mercado, como moda infantil e pijamas, por exemplo. Outro projeto é uma parceria com o Istituto Marangoni, uma escola de moda internacional, para oferecer intercâmbio a alunos brasileiros. A proposta deve entrar em prática quando a pandemia passar.