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A nossa química sustentável “made in Brazil”

Sempre que me perguntam, nos fóruns e debates dos quais participo, se é possível avançar na aplicação dos princípios ESG (Environmental, Social, Governance, na sigla em inglês) na indústria química, eu respondo que podemos, devemos e é imprescindível atuar nesse modelo, até por questão de sobrevivência.

 

Em um ambiente em que há maior escassez de recursos e aumento das populações, ser cada vez mais sustentável é bom para o planeta Terra, para as pessoas e para o crescimento sustentável dos negócios das organizações.

 

Esta visão do mundo está na base do modo de atuação global do Grupo Solvay que tem realizado uma trajetória de sucesso empresarial desde sua fundação, há 158 anos. Como um dos maiores players mundiais no setor de química e de materiais avançados, o Grupo tem um compromisso histórico com o Desenvolvimento Sustentável do planeta. Há muitas e muitas décadas vêm trabalhando no assunto.

 

Nós temos participado de todos os principais debates e discussões sobre o tema no mundo, procurando mostrar como temos efetivamente contribuído para garantir melhor qualidade de vida para as pessoas.

 

Recentemente, para avançar ainda mais nos princípios ESG nas suas atividades, a Solvay lançou um ambicioso e ousado programa chamado de Solvay One Planet – que contempla alcançar 10 metas principais até 2030.

 

As metas do Solvay One Planet estão divididas em três grandes eixos: Clima, Recursos e Vida Melhor.

 

Os avanços nessas metas são auditados externamente, seguindo as melhores práticas de avaliação. No campo da redução das emissões, por exemplo, é levada em conta a Science Based Targets Initiative (sigla em inglês para metas baseadas na Ciência), do CDP, United Nations Global Compact, a World Resources Institute (WRI) e WWF.

 

Destaco aqui que 50% das vendas líquidas do Grupo Solvay no mundo foram obtidos em 2020 com as soluções sustentáveis, desenvolvidas em seus centros de pesquisas e inovação no mundo (há um no Brasil, em Paulínia), que valorizam os recursos de fontes renováveis e o uso responsável dos recursos à disposição.

 

Brasil tem papel relevante em Sustentabilidade

 

Nesse contexto, a Rhodia no Brasil tem um papel importante dentro do Grupo Solvay. Aqui em nosso país, a trajetória da empresa sempre foi marcada pelo engajamento em Sustentabilidade, antes mesmo da existência dessa expressão.

 

A Rhodia é a pioneira no País na adoção da rota alcoolquímica para a produção industrial: em 1942 iniciou a implantação da unidade de Paulínia (SP) com a plantação de cana-de-açúcar para destilação de álcool (etanol) para sua produção química em Santo André (SP).

 

No final da década seguinte, em 1958, deu partida à primeira fábrica de solventes oxigenados derivados do álcool. Até hoje a unidade de Paulínia tem uma das maiores plantas de acetato de etila, um solvente alcoolquímico aplicado na produção de tintas e vernizes para embalagens flexíveis.

 

Rumo a 100% de neutralização de emissões

 

Aquela unidade marcou o início do que atualmente é o maior complexo químico industrial do País, com 27 unidades diferentes de fabricação. Entre essas plantas industriais está a unidade de abatimento de gás de efeito estufa (N2O, óxido de nitrogênio), que depois de 15 anos de funcionamento permanece como o maior projeto industrial da América Latina no setor e responsável por 20% de toda a redução de emissões de carbono do setor químico brasileiro.

 

Essa unidade realiza por ano a eliminação de 5 milhões de toneladas de CO2 equivalente por ano, o que equivale à retirada de circulação de aproximadamente 1,3 milhão de veículos movidos a combustível fóssil.

 

O conjunto industrial da Rhodia em Paulínia (SP) é um grande exemplo de que é possível produzir com sustentabilidade, valorizando os recursos disponíveis e contribuindo para a redução de emissões de carbono. Esse conjunto industrial fechou 2020 com índice de 96% de neutralização de suas emissões e a meta é se tornar 100% neutro em carbono até 2025. Há uma série de projetos que a empresa vai implantar para atingir esse objetivo.

 

Economia Circular

 

Em relação à sustentabilidade, a empresa também tem avançado em Economia Circular, através de parceria estratégia com a Fundação Ellen MacArthur, que é referência mundial no assunto. A Solvay foi a primeira empresa do setor químico internacional a se associar à Fundação.

 

Nesse campo, dentro do Grupo são ressaltadas as iniciativas da Rhodia a partir do Brasil — tanto que a empresa decidiu implantar um projeto piloto para uso da ferramenta de avaliação Circulytics®, criada pela Fundação Ellen MacArthur para medir os reais avanços das empresas.

 

Esse piloto está sendo feito na Unidade Global de Negócios Coatis (que produz fenol e derivados, solventes oxigenados, produtos intermediários de poliamida e fibras e fios têxteis), a principal área de negócios da empresa no Brasil.

 

Há uma série de iniciativas na Rhodia em todos os segmentos abrangidos pela Economia Circular. E do que tem sido apurado até agora, os resultados têm mostrado avanço importante em todos os itens avaliados pela ferramenta (englobando matérias-primas, embalagens, outros materiais, resíduos e desenvolvimento de produtos).

 

Por exemplo, atualmente, cerca de 50% dos produtos desenvolvidos no Brasil já são projetados de acordo com os princípios da economia circular (eles contribuem com a recirculação na cadeia de valor), considerando-se os conceitos de circularidade: longevidade/durabilidade, desenvolvimento regenerativo, que evitam a geração de resíduos e aumentam a reciclagem.

 

Essa trajetória vem evoluindo e, no atual portfólio da empresa, destacam-se vários produtos – desenvolvidos no Brasil – bem alinhados com a economia circular, entre solventes de origem de fonte renovável, fios e fibras têxteis, ingredientes 100% de origem vegetal para produtos de Personal Care e especialidades químicas para a indústria de petróleo e gás.

 

Outras frentes (reciclagem, água, energia e waste)

 

Outra frente de sustentabilidade relacionada à Economia Circular está presente nos sites da empresa, que têm eficientes programas de coleta seletiva e destinação de resíduos industriais para o setor de reciclagem. Em Santo André, por exemplo, anualmente são mais de 1.100 toneladas de materiais direcionadas a empresas que os transformam em uma série de produtos, poupando recursos naturais e gerando receita para a Rhodia. A lista inclui papel, papelão, plásticos, lâmpadas, madeiras, metais, refugo de nylon, isopor, óleo lubrificante, tambores, materiais ferrosos e tecnológicos.

 

Santo André é palco ainda de iniciativa inovadora que ajuda a engajar os demais elos da cadeia têxtil nessa onde sustentável. As embalagens de papelão usadas para proteger e transportar as fibras e fios são neutras, sem impressão ou logotipo, o que possibilita que os clientes – as tecelagens e malharias – as reutilizem para embalar seus próprios produtos.

 

No item reuso e recuperação de águas, a Rhodia no Brasil é também um exemplo: há muitos anos utiliza sistemas de circuito fechado para refrigeração de suas unidades industriais, em Santo André, utilizando água tratada em bacias de recuperação, deixando de adquirir e consumir água que pode ser utilizada pelo serviço público municipal para atender necessidades da cidade. A única água potável comprada pela Rhodia atende aos refeitórios e o pessoal administrativo da fábrica.

 

Outra informação relevante: toda a água captada pela unidade de Paulínia – e utilizada nos sistemas de refrigeração da fábrica – volta para a natureza em boa qualidade, depois de tratada em estações de tratamento especiais. E há a recuperação de calor para produzir vapor utilizado para o funcionamento de caldeiras.

 

Também há avanços em termos de energia: em torno 13% do consumo de energia das unidades industriais da empresa são de renováveis, oriundas de várias fontes, tendo em vista que 83% da eletricidade brasileiras vêm de fontes renováveis. No item resíduos/desperdícios, a empresa também tem avançado no Brasil. Ela promove a recuperação da glicerina usada na produção de solventes sustentáveis), a revalorização de resíduos e uma política de zero resíduo perigoso para aterro.

 

Futuro

 

A partir de tudo que temos feito até agora, nós entendemos que podemos continuar avançando, mesmo em um ambiente desafiador como o que todos países têm enfrentado com a pandemia de Covid-19. Temos em nosso pipeline uma série de iniciativas e projetos que serão realizados nos próximos anos, de modo a garantir o cumprimento de nossos compromissos com a melhoria da qualidade de vida das pessoas e com o nosso planeta.

 

Publicado por: Daniela Manique – President COATIS GBU & CEO Latin America at Solvay

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