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Conexão Nordeste: 5 marcas de moda, design e artes visuais para conhecer já

Fruto de um encontro com si mesma, a jornalista Daniela Falcão lança plataforma Nordestesse, que reúne empreendedores da região; a seguir, conheça cinco marcas porretas, como a Marina Bitu, adepta do slow fashion e da valorização da mão de obra local

Quando, em dezembro de 2020, a jornalista Daniela Falcão deixou a direção da Globo Condé Nast e decidiu tirar um semestre sabático, a ideia era rodar o Nordeste atrás de sombra e água fresca. Mas, ainda no Recife, marco zero de sua jornada, conheceu profissionais que a instigaram a mergulhar (ainda) mais fundo nessa viagem – e mudaram o rumo de sua rota. “Fui descobrindo produtos com qualidade e acabamento impecáveis, para além do artesanato caricato e da camiseta do Olodum vendidos para turistas”, diz. Mais do que isso, se deparou com peças que carregavam o DNA nordestino com qualidades autorais. E, de repente, se enxergou parte daquilo.

Nascida em Salvador, a vida profissional de Daniela a levou cedo para o Sudeste e, apesar das visitas frequentes à casa dos pais na Bahia, ela nunca teve tempo de conhecer a fundo sua região natal – não como gostaria. “Percebi que eu também era uma profissional de ponta gerando riqueza em outros lugares”, afirma. “O melhor do Nordeste tem que estar no Nordeste.” Decidida a corrigir esse desvio de trajeto, fixou moradia no Recife, onde sua namorada, a empresária Juliana Santos, já vivia. E não parou por aí. Munida do que considera o melhor de si – leia-se a capacidade de “comunicar, fazer conexões, empreender” –, decidiu construir pontes entre os talentos que havia conhecido e o restante do mundo.

Estava criada a Nordestesse, plataforma de divulgação e fomento de empreendedores nas áreas de moda, design, artes visuais, turismo e gastronomia. São 158 profissionais catalogados, escolhidos com a ajuda de uma confraria de especialistas nos nove estados da região. Doze já estão em um projeto piloto de mentoria, aceleração e gerenciamento de marketing, comandado por Daniela em parceria com o governo da Bahia; sete estarão em breve na multimarcas uruguaia A.MAR. E cinco das mais porretas a gente mostra a seguir.

Helena Macêdo e Cecília Miranda

“Helena é geóloga que virou maquiadora, ofício que exerce há 12 anos. E tinha um brechó com Cecília, advogada que fazia bordados e que já teve uma marca de camisetas. Juntas resolveram brincar com um clássico nacional, as cadeiras de ferro espaguete tradicionais nas varandas de casas do interior do Nordeste. Assim nasceu a potiguar Tramei, de apenas seis meses. As duas transformam cadeiras de praia, deixando só a estrutura de alumínio e substituindo o náilon pelos lindos trançados que criam manualmente. Também dão upgrade colocando braços de madeira, para que as peças possam ser usadas dentro de casa, na varanda, no jardim. A dupla já produziu para hotéis em Fernando de Noronha e até para vitrines de grife. E já planeja outras peças de mobiliário com a mesma técnica.”

Marina Bitu

“Crescida no interior do Ceará, cercada por avós que eram ótimas cozinheiras e costureiras, ela poderia ter construído sua marca homônima em cima da tradição das rendeiras e crocheteiras da região. Ela até faz isso. Mas Marina, uma das mulheres mais coerentes e surpreendentes que conheci, se consagrou mesmo criando incríveis vestidos plissados, inspirados, imaginem só, na sanfona! ‘São memórias da minha infância, dos grandes mestres sanfoneiros’, explica. Deve ser por isso que seus vestidos são leves, a cara do Ceará, bem distantes dos plissados mais rígidos da moda europeia. Adepta do slow fashion, só usa mão de obra local, numa relação justa e transparente com as consumidoras. ‘Não concordo com esse ritmo alucinado da moda. Não me encaixo, faz mal ao planeta. Por isso produzo na velocidade e quantidade que fazem sentido pra mim. Minha roupa não é barata, porque moda tem que ser sustentável para todo mundo. Não quero que minhas costureiras tenham de trabalhar 12 horas por dia para sobreviver.”

FONTE: MARIE CLAIRE

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