
Mitos e verdades: como o consumidor de moda vê a sua marca?
Por Eleni Kronka – jornalista, pesquisadora e editora de conteúdo.
A moda, na galeria dos mitos contemporâneos, é rodeada de glamour. Na prática, porém, para que isto aconteça, marca e produto devem encantar o consumidor, que está atento a vários outros fatores. Confira pesquisa do IEMI e responda de acordo com a sua percepção: A moda perdeu o seu glamour?
O mundo das marcas de moda vive momentos de profunda transformação. Do fast fashion em lojas físicas para as plataformas de e-commerce, o salto foi muito grande e o processo dá mostras de não ter parado por aí. O meio digital chamou todos para si – micro, pequenas e médias empesas e grandes redes. Ninguém pôde ficar de fora.
O consumidor, por sua vez, aderiu às compras on-line. E ao mesmo tempo, como mostram os dados do IEMI – Inteligência de Mercado, não abre mão da qualidade e da marca com identidade, atenta a propósitos que agregam valor ao produto. Exigente como sempre, o consumidor contemporâneo pode chegar a rejeitar marcas e produtos – e de fato o faz – se estas não seguirem, por exemplo, na linha do ESG, como mostra o IEMI, avaliando o comportamento do público da moda.
Bem-me-quer, mal-me-quer: de que lado está a sua marca?
Estudo do IEMI, realizado com 1.440 entrevistados, revelou, entre muitos outros aspectos, os principais fatores que podem levar o consumidor a rejeitar uma marca de moda e seus produtos.
Para avaliar esta relação de aceitação versus rejeição, o IEMI estabeleceu 12 perguntas aos entrevistados. Considerando as sete primeiras posições neste ranking, a liderança recai sobre o item encantamento: 45% dos participantes afirmaram que deixam de comprar quando “o produto não encanta”.
Outro ponto central é a durabilidade. Para 41% dos entrevistados, produtos de baixa qualidade ou com curta vida útil são motivo imediato de rejeição. Na mesma linha, 41% dos participantes afirmam desconsiderar marcas que oferecem preços considerados altos demais em relação à qualidade apresentada.
Questões sociais e ambientais
Segundo a pesquisa, 37% dos entrevistados estão especialmente atentos à questão social, afirmando que podem descartar a marca que “emprega trabalhadores em condições degradantes, análogas ao trabalho escravo”. Questões ligadas à sustentabilidade também pesam: 22% dizem rejeitar marcas cujas atividades ou produtos “não respeitam ou agridem o meio ambiente”.
Oferta limitada e responsabilidade social
Diversidade de modelos e cores também aparece como fator de decisão. Para 28% dos entrevistados, a falta de opções disponíveis enfraquece a relação com a marca. Já em sétimo lugar no ranking, 20% dos consumidores apontaram como motivo de rejeição o fato de “a empresa não ser socialmente responsável”. “Hoje, não basta vender roupas; é preciso mostrar propósito e coerência”, alerta o consultor Marcelo Prado.
Outros fatores em jogo
Embora os percentuais mais altos estejam concentrados nestes pontos, o estudo identificou outros aspectos considerados pelos consumidores: ambiente e atendimento da loja, presença da marca nos pontos de venda que frequentam, campanhas de divulgação e até o conceito transmitido pelas campanhas. Estes elementos completam o quadro que molda a imagem de uma marca no mercado.
Reflexão sobre o glamour da moda
Com base nos resultados da pesquisa, Prado levanta a questão: A moda está perdendo o seu glamour?, tema que mereceu ser tratado por ele em artigo publicado na Revista Costura Perfeita.
Diretor do IEMI, instituto com 40 anos de atuação no setor, o executivo ressalta que o glamour da moda vem se transformando em resposta às novas exigências dos consumidores.
“Há pelo menos uma década, empresários e gestores do setor se perguntam se a moda mantém o seu glamour, diante da queda de relevância destes produtos no quadro de consumo dos brasileiros”, atesta Marcelo Prado.
Ao mesmo tempo, ele observa que há sempre um culpado da vez. “Já foi o celular, os cosméticos e os produtos de higiene pessoal. Mais recentemente, as apostas esportivas on-line (“bets”) são vistas como concorrentes diretas das roupas”.
Com foco no mercadoComo a dinâmica do mercado pede constantes avaliações, o IEMI disponibiliza, com fundamento em dados permanentemente atualizados e metodologia própria, programas eficazes para empresas do setor. Para conhecer os Estudos Mercadológicos, bem como um leque variado de Soluções (Posicionamento 360º, Projeto de Pricing, Cobertura Mercadológica, Potencial para Abertura de Redes de Varejo, entre outras), acesse iemi.com.br.