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Nova York, a meca da moda sustentável

No começo de janeiro, a Lei de Sustentabilidade e Responsabilidade da Moda (Lei da Moda) foi anunciada em Nova York, e é um marco nas relações do setor com estado. Caso seja aprovada pelos legisladores estaduais, a proposta faria de Nova York o primeiro estado do país a ter legislação que efetivamente fará com que as maiores marcas respondam por seu papel na mudança do clima. E as empresas terão até 12 meses para obedecê-la antes que comecem a ser multadas.

As empresas de moda produzem 2.1 bilhões de toneladas métricas de gases de efeito estufa, ou 4% do total global, de acordo com relatório da McKinsey. Segundo pesquisadores, as marcas produzem hoje o dobro de roupas em comparação com o ano 2000; e grande parte dos têxteis são incinerados, descartados em aterros ou exportados para países em desenvolvimento,

A nova lei requereria que marcas – como VLMH e Prada, por exemplo – mapeiem um mínimo de 50% de suas rede de fornecedores, através de fazendas, fábricas e transporte marítimo e revelem onde estão causando seu maior impacto ambiental, incluindo salários justos,energia e emissões de gases de efeito estufa. E reduzam esse impacto. Seria publicada uma lista anual de companhias que violassem a legislação. A proposta de lei foi apresentada pela senadora estadual Alessandra Biaggi e pela deputada estadual Anna Kelles.

A moda, sem dúvida um meio de expressão artístico e cultural, tornou-se para os milenials um símbolo de laço inextricável de excesso e consumismo, mas seu marketing para as mulheres tem sido há tempos desproporcionalmente voltado para elas.

Qualquer consumidor que comprou produtos da Zara, ou da Amazon, não importa o gênero, permitiu que a indústria da moda tenha saído do controle. Mas as mulheres, incansavelmente ligadas a bezeza, moda e luxo, são repetidas vezes pintadas como os vilões da história, enquanto aqueles no poder que foram ou centrais ou cúmplices em fazer da moda uma “coisa de meninas” continuam a receber seus polpudos cheques.

Apesar de usar peças de marketing de moda responsável, os EUA e outros países desenvolvidos estão desavergonhadamente atrás na luta contra a mudança do clima. Mesmo que venha atrasada, a Lei da Moda é um passo necessário para que não fiquemos submersos em uma gigantesca pilha de roupas.

A lei obrigará todo o varejo de roupas e sapatos com faturamento de pelo menos 100 milhões de dólares que revelem seus planos de identificar, prevenir, mitigar e de evitar os impactos ambientais e sociais de suas ações.

A estilista Stella McCartney, que endossou a lei, disse ser crucial que o setor se comprometa com ação para a mitigação para um futuro mais sustentável, ético e consciente.

Mazeda Uddin, presidente e fundador do Fundo Sul-Asiático de Educação, Escolaridade e Treinamento disse que o setor também contribui com o trabalho forçado. De acordo com o Fundo das Crianças da ONU, mais de 100 milhões delas em todo o mundo são afetadas pela indústria da moda, ou como trabalhadores ou os filhos deles. “As pessoas estão morrendo todos os dias”, disse ele.

“Não podemos fazer mudanças se não soubermos onde estamos e para onde precisamos ir”, disse Kelles.

As companhias também terão de criar um plano para redução alinhadas com o Acordo de Paris. Além disso, marcas individuais terão de revelar o tipo de material que vendem, como poliester, peles ou couro.

As pessoas ouvem com frequência que “têm de fazer sua parte” para mitigar a crise do clima com práticas como a reciclagem ou as compras no comércio local, mas é importante lembrar que uma ampla reforma legislativa é o único caminho viável para uma mudança significativa.

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